domingo, 30 de novembro de 2014

1º DOMINGO DO ADVENTO: VIGIA...

Uma vela se acende 
                  
no caminho a iluminar. 

Preparemos nossa casa: 
                    
é Jesus quem vai chegar. 

                                         
No Advento a tua vinda nós queremos preparar. 
                                               
Vem, Senhor, que é teu Natal, vem nascer em nosso lar. ♫

A luz nascente nos conclama a refletir e aprofundar a proximidade do Natal, onde Cristo, Salvador e Luz do mundo brilhará para a humanidade. Lembra ainda o perdão concedido a Adão e Eva. A cor roxa nos recorda nossa atitude de vigilância diante da abertura e espera do Senhor que virá.
Oração:
A luz de Cristo, que esperamos neste Advento, enxugue todas as lágrimas, acabe com todas as trevas, consolem quem está triste e encha nossos corações da alegria de preparar sua vinda neste novo ano de graça!

TEMPO DO ADVENTO:

VEM SENHOR JESUS!!!


A palavra “advento” quer dizer “que está para vir”. O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.

O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.

Esse Tempo possui duas características: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha tinha caráter ascético com jejum abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos.

Só após a reforma litúrgica é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.

Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é “Marana tha”! Vem Senhor Jesus!

O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.

O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que “preparemos o caminho do Senhor” nas nossas próprias vidas, “lutando até o sangue” contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.

No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem n’Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.

domingo, 23 de novembro de 2014

1 ANO DE INSTITUIÇÃO E RENOVAÇÃO DOS MINISTROS DA EUCARISTIA DA 
COMUNIDADE SANTO EXPEDITO

E hoje também a Comunidade Santo Expedito, Ilha Solteira - SP esta em festa pois celebramos além da festa de Cristo Rei, celebramos 1 ano de Instituição e Renovação dos nossos queridos Ministros da Eucaristia... Parabéns servidores de Cristo por doarem suas vidas a Comunidade e a Deus... que vcs sejam sempre abençoados em suas caminhadas e cresçam sempre na Fé!!!



FESTA DE CRISTO, REI DO UNIVERSO


O Jesus que recebemos na comunhão é o mesmo que vem ao nosso encontro na pessoa dos pobres e dos sofridos. Seremos considerados dignos de estar ao lado d’Ele ou não a partir da escolha, da aceitação dos pobres e dos sofredores em nossa vida!
“Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!” (Mateus 25, 34)
É com muita alegria que celebramos, hoje, a Festa de Cristo Rei; coroamos o ano litúrgico, coroamos a nossa vida proclamando essa verdade suprema: Jesus Cristo é Rei, é o Senhor! Nós queremos exaltar o reinado e o senhorio de Cristo, nos rendendo, nos entregando a Ele, proclamando que da nossa vida Ele é o Senhor.
A cada dia, meus irmãos, precisamos nos tornar súditos desse reinado de Jesus; o Seu reinado começa em nossa alma e em nosso coração quando Lhe entregamos nossa vida.
O Evangelho, deste domingo, permite-nos refletir sobre o “juízo universal” e o reinado definitivo de Deus sobre todo o universo, o reinado de Jesus sobre todos nós. Se hoje vivemos todos juntos no Reino definitivo do Senhor, haverá a separação dos que são de Deus e daqueles que não são.
Existe um critério fundamental. Primeiro, o amor a Deus sobre todas as coisas, que é vivido na caridade sem medida, ou seja, é saber acolher Jesus na pessoa do próximo, do pobre, do sofredor e do rejeitado. É também entender que cada sofredor que vem ao nosso encontro, que vamos ao encontro dele ou ainda o sofredor de quem nos desviamos é o próprio Jesus.
O Senhor está na pessoa do preso, do doente, do enfermo; está na pessoa daquele que passa fome, daquele que passa necessidade. Como nos recorda Papa Francisco a partir dos santos padres da Igreja: “A carne do pobre é a carne de Cristo”. Sabe aquela carne humana sofrida pela doença, pelas diversas lepras da vida, que, muitas vezes, nós nem gostamos de olhar? Sabe aquela pessoa de quem não suportamos o cheiro? É o cheiro de Jesus, é a pessoa d’Ele! Vamos ser considerados dignos de estar ao lado d’Ele ou não a partir da escolha, da aceitação dos pobres e dos sofredores em nossa vida!
Sabe, meus irmãos, não adianta só adorar Jesus no Sacrário, na igreja; não adianta apenas amá-Lo com o terço na mão, com a Bíblia pregando para lá e para cá. A fé se traduz em obras e gestos! O mesmo Jesus que recebemos na comunhão é o que vem ao nosso encontro na pessoa dos pobres e dos sofridos.
Não é discurso social, é discurso evangélico; não é teoria política, é Evangelho puro: cuidar dos pobres, amá-los e dar a nossa vida por eles. No Reino de Deus, no julgamento definitivo, eles serão os protagonistas; e quem nessa vida cuidou deles reinará com eles junto com Nosso Senhor.
Deus abençoe você!
“Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. 

Vamos celebrar com jubilo a festa do Rei Jesus. Os homens com glória, as mulheres, Aleluia! Vamos celebrar ao Rei...♫♫



OREMOS:

Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

VIVA A CRISTO, REI DO UNIVERSO, VIVAAAAA!!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

ARCEBISPO EMITE ALERTA CONTRA FALSO CARDEAL QUE CIRCULA POR IGREJAS DE SP



Dom Odilo emitiu a nota para todos os padres da capital.
Falsário alemão já havia agido na Bahia e no interior de São Paulo.


O Arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer divulgou nota no último dia 7 de novembro para todos os padres sobre um falso cardeal que circulava por paróquias de São Paulo. Segundo informações da arquidiocese, o falsário chegou a ir a Paróquia São Paulo da Cruz (Igreja do Calvário), em Pinheiros, Zona Oeste da capital, e pediu ajuda financeira.
O homem apontado pela arquidiocese é Wolfgang Schuler, um alemão com cerca de 70 anos que já teve passagem pela polícia da Bahia em 2004 e em 2007. Ele também já teria sido extraditado para a Alemanha, informa a arquidiocese. Em sua passagem por São Paulo, Schuler foi recebido em igrejas, celebrou missas e atendeu confissões.
O falso cardeal já havia se apresentado em outubro na diocese de Mogi das Cruzes como arcebispo nomeado de São Paulo. A arquidiocese de São Paulo informa que ele também se apresentou no interior do estado como bispo Dom Franz-Josef Bode de Osnabrück (Alemanha). O nome do bispo é real, mas se trata de outra pessoa.
O objetivo de Dom Odilo com o comunicado era fazer com que surgissem denúncias contra o falso cardeal para a Arquidiocese. A informação de que ele teria aparecido na Igreja do Calvário surgiu após a notificação do arcebispo circular. A secretária da paróquia fez a denúncia. Após essa o ato, a arquidiocese não recebeu mais nenhuma informação sobre o falsário.
A Arquidiocese informou, via assessoria, que não registrou ocorrência na polícia contra o falso cardeal pois entende que o homem não cometeu um crime ainda. Segundo a instituição religiosa, a maior preocupação é alertar a igreja e que Schuler não engane fiéis, nem que faça as pessoas pensarem que é cardeal. Na carta de Dom Odilo, ele orienta que as paróquias procurem a polícia caso o homem insista em sua participação na Igreja.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

ARTIGOS DO BISPO DIOCESANO DE JALES 



AS TERRAS MARAVILHOSAS DA ARGENTINA

No final de setembro de 1999, tive a oportunidade de conhecer melhor a Argentina.
De todos os países da América, nesses anos de CELAM, só faltava ver a Argentina. Fui convidado a ir a Santa Fé, a capital da Província de Entre Rios, onde se realizava o Congresso Missionário Continental. O Arcebispo de Santa Fé, Monsenhor Estanislau Karlik, também fazia parte da Comissão do Sínodo da América. Ele insistiu para que eu fosse ao Congresso em sua cidade. E assim, pude ver mais de perto as terras da Argentina.
De fato, fiquei impressionado vendo as planícies sem fim, estendendo-se território adentro, a partir de Buenos Aires. Imaginei então nossos pobres migrantes italianos, alemães e poloneses, que no final do século dezenove foram se instalar no sul do Brasil. Eles tiveram que arrancar à unha o seu sustento nas montanhas do Rio Grande. Quando os que foram para a Argentina encontraram a facilidade de cultivar aquelas planícies, com sua fabulosa fertilidade.
Na viagem de Buenos Aires a Santa Fé, ao longo de quinhentos quilômetros, pude observar como a terra é plaina, como o assoalho de uma casa. E assim é toda a região da “Pampa Úmida”, num círculo de mil quilômetros nas vizinhanças de Buenos Aires. A perder de vista, a mesma planície, que permitia ver os carros passando a quilômetros de distância.
Pensando agora na crise da Argentina, a gente compreende como durante tanto tempo estas terras férteis foram a fonte da abundância e da riqueza dos argentinos. Na época anterior à “revolução verde”, que transformou a agricultura europeia, os argentinos exportavam seus produtos para a Europa, colhidos com facilidade, para compradores europeus que precisavam deles para matar a fome.
Agora, o protecionismo agrícola da Europa e dos Estados Unidos mudou a situação. Talvez os argentinos tenham se acostumado mal. E as terras, nas mãos dos grandes fazendeiros, que só se interessam por lucro fácil, acabaram se tornando um fator a mais para embananar a situação econômica da Argentina.
Talvez seja válida uma constatação: mais vale a austeridade de vida e a garra de trabalhar, do que a exuberância fácil da riqueza que custa pouco.
Próximo seguimento: A bolsa de Chicago
ARTIGOS DO BISPO DIOCESANO DE JALES 



OS VENTOS QUE SOPRAM DO CHILE

Em 1999, com sete viagens para o exterior, duas delas foram para o Chile. A primeira, no início de setembro, a convite das Nações Unidas, para participar de uma reunião preparatória da “Assembleia do Milênio”, que as Nações Unidas tinham pensado em fazer no ano 2000, para rever a organização das Nações Unidas. Queriam saber a opinião da sociedade civil. E me convidaram também.
Foi na sede do CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina, que se encontra em Santiago, e que é uma espécie de representação das Nações Unidas na América do Sul.
Ao chegar lá, me surpreendi, vendo que da Igreja Católica eu era o único representante, de todos os países. Fui o primeiro a falar. Procurei dar logo o meu recado: que se respeitem mais as “nações”, e ao mesmo tempo se comece uma “cidadania universal”, como embrião para um governo supra nacional, e que as Nações Unidas comecem por tirar os instrumentos de dominação que exploram hoje as nações pobres: a Dívida Externa, a lei das patentes, chamando a atenção sobretudo para o uso da biotecnologia, que pode arruinar a vida no planeta.
Depois, me surpreendi vendo como ao longo do encontro, todos voltavam a se referir às minhas teses, dizendo: “como falou o Bispo…”
Em novembro, voltei ao Chile para participar do jubileu sacerdotal do Padre Sérgio Torres, que coordena a organização dos teólogos, os quais fazem questão de contar com minha presença nas suas assembléias.
O Chile é um país espremido entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico, comprido e estreito. De todo lugar, se vê o cimo dos montes, muitas vezes brancos de neve, e em todo o lugar se está perto do mar. Esta geografia é a responsável por nossas chuvas no sul do Brasil. Pois é de lá que os ventos frios sobem para o Brasil, canalizados pelas montanhas e seguindo as planícies da Argentina, conseguem chegar até o Paraná, ou um pouco acima, seguindo pelos vales dos rios Paraná e Paraguai, e causando as mudanças de temperatura que provocam as chuvas. Assim, o Chile fica um pouco longe, mas nos interessa de perto.  Que os ventos continuem soprando, na hora certa!
Próximo seguimento: as terras maravilhosas da Argentina 
ARTIGOS DO BISPO DIOCESANO DE JALES 



UM COMÍCIO EM LONDRES!

Quando em abril de 1999 terminei, finalmente, meu segundo mandato na CNBB, ainda tinha pela frente alguns compromissos marcados, que me implicavam uma longa viagem à Europa: participar da assembleia internacional da Cáritas em Roma, e ir para a Suíça participar do encontro das Nações Unidas sobre migrações. A estes dois compromissos se emendaram outros: ir para Londres e para a Alemanha, participar de encontros sobre Dívida Externa, assunto que tínhamos levantado com força na Terceira Semana Social Brasileira, e por isto queriam contar com minha presença.
Iniciei então a viagem, indo direto para Londres. Nunca tinha ido à Inglaterra. Pude conhecer, então, a capital do antigo império britânico: bem organizada, com amplos espaços arborizados, sobretudo ao longo do Rio Tâmisa, onde aproveitaram as terras que pertenciam aos nobres, e as transformaram em praças públicas. Uma boa destinação da herança dos nobres!
Pois bem, a manifestação sobre a Dívida Externa estava marcada para o domingo dia 13 de junho. E deu sorte, pois foi um dia bonito, o primeiro dia de sol na lenta primavera inglesa. E isto ajudou para o povo atender ao apelo das organizações. E deu uma multidão calculada em 50 mil pessoas, que saíram às ruas. E de repente, me vi participando de um comício em plena Londres, discursando na famosa “Trafalgar Square”, a Praça onde está a estátua de Nelson, aquele que venceu Napoleão.  Do pedestal da estátua improvisamos o palanque para nosso comício. E foi muito aplaudido, mesmo se os ingleses continuam com culpa no cartório nesta história de dívida externa. Mas afinal, é preciso sacudir as velhas heranças!
Foi o que fizemos duas semanas mais tarde, em Colônia, na Alemanha. Enquanto os Sete grandes se reuniam, para fazerem seus planos, nós, os pobres do terceiro mundo, nos reunimos também, e embalados na ideia do Jubileu, do “Perdão das Dívidas”. Junto com a multidão, lá também, cercamos a cidade num grande abraço, para dizer que os povos do mundo querem outra ordem, com mais justiça e mais vida, e não a globalização que só favorece aos ricos. Em todo o caso, conseguimos que eles ao menos prometessem abater a dívida de países pobres.
Enquanto isto, já tinha ido a Roma, participar da assembleia da Cáritas. E de Colônia, fui a Genebra, na Suíça, onde ainda existem alguns escritórios das Nações Unidas, herança ainda do tempo da “Liga das Nações”, organizada depois da primeira guerra mundial.
Genebra é o símbolo da função de mediação que a Suíça exercia tempos atrás, e que agora está perdendo cada vez mais. Uma cidade limpa, rica, bonita. Mas, o que quase não se vê por lá são crianças. E discutindo sobre migrações, a própria Suíça é dos países que mais fecha as fronteiras para não receber migrantes, para não correr o risco de repartir sua riqueza. Só que alguns se perguntam com quem vai ficar esta riqueza daqui a algumas décadas, se não houver mais suíços para herdá-la!
De Genebra peguei o trem, e fui para o norte da Itália, passar ao menos dois dias na casa dos parentes, no lugar onde nasceu o avô Felice Valentini. E de lá voei de volta para o Brasil, para encontrar, como sempre, a pilha de compromissos a me esperar.
Próximo seguimento: Os ventos que sopram do Chile


ARTIGOS DO BISPO DIOCESANO DE JALES 



ANDANÇAS PELO MUNDO

Rememorando meus anos de Bispo de Jales, já contei como os oito anos de CNBB me acarretaram uma sobrecarga de trabalho, que se traduziu especialmente em forma de muitas viagens pelo Brasil.
Mas se os oito anos de CNBB foram assim tão carregados, por incrível que pareça a carga aumentou depois que deixei a CNBB. Em parte porque começaram a me “cobrar” presença em lugares onde não podia ter ido por causa dos muitos compromissos na CNBB.
Assim, passei a “pagar dívidas”, que me custaram muitas outras viagens. Nestes dias tive o cuidado de refazer o roteiro, e quase me assustei de tantas andanças.
Em 1999, por exemplo, foram sete viagens para o exterior: começando em janeiro no México, passando depois por Honduras, e indo para outro compromisso em Bogotá.  Em março fui a Roma para a reunião do Sínodo. Em junho passei quase todo o mês na Europa, com compromissos na Inglaterra, na Itália, na Alemanha e na Suíça! Depois, precisei ir duas vezes para o Chile, em setembro e novembro. Uma vez na Argentina para o Congresso Missionário. E finalmente nos Estados Unidos, a convite da Universidade de Notre Dame.  Tudo isto, no ano de 1999.
Depois, veio o ano 2000. Foi o mais pesado de todos. Pois precisei fazer seis viagens para o exterior, todas com compromissos que me exigiram muito trabalho. Em fevereiro uma semana na Guatemala, na América Central, e depois uma semana em Roma na Comissão do Sínodo. No início de março, dez dias de pregações na Suíça. No início de abril, dez dias na França. No final de maio, uma semana na Alemanha. E em setembro, uma semana na Colômbia.  Além de diversas viagens também no Brasil, das quais dez dias no Tocantins, onde a Diocese Jales mantinha uma missão, sustentando lá uma paróquia. Ao mesmo tempo foi um ano super carregado de serviços na Diocese, com diversas iniciativas que me preocuparam, e com as complicações que aparecem quando menos a gente espera, mas que precisam ser enfrentadas. Assim foi o ano 2000.
Em 2001 o ritmo diminuiu, graças a Deus. Assim mesmo, foram três viagens ao exterior: para a Bolívia em fevereiro, quinze dias na Europa em junho, e no final de outubro uma semana na Áustria, que aceitei ir depois de tanto insistirem.
Teria tantas coisas a contar destas andanças todas… A começar pela Áustria, por exemplo. Nos dias que passei por lá, pensei muito nos meus quatro avós, que vieram da Europa para o Brasil no final de século dezenove. Tanto o avô Bortolo Bertoldi, que falava alemão, como o Felice Valentini, e as duas avós, nasceram em território que naquele tempo pertencia à Áustria.
Mas vamos deixar este assunto para outra conversa.
Próximo seguimento: Um comício em Londres
ARTIGOS DO BISPO DIOCESANO DE JALES 



OITO ANOS DE CNBB: 
SEM TEMPO DE VER O TEMPO PASSAR...

Os meus compromissos de bispo aumentaram muito em 1991, quando fui eleito para a CNBB, como membro da Comissão Episcopal de Pastoral, por quatro anos. Em 1995 fui reeleito, de modo que fiquei neste cargo oito anos, até abril de 1999.  Na CNBB tive que assumir o cargo mais complicado e mais difícil, como responsável pela Pastoral Social. Tive que acompanhar, na medida do possível, dez Pastorais Sociais que têm atuação em nível nacional. Além das Pastorais Sociais, nos oito anos, tive que assumir a Presidência da Cáritas Brasileira, o que também empenhou muito trabalho e sobretudo muitas reuniões e viagens, dentro e fora do Brasil.
Mas, nestes oito anos, foram chegando outros compromissos. Sobretudo por dois acontecimentos, dos quais tive que participar, e que acabaram me envolvendo muito: em 1992, a Conferência de Santo Domingo, onde precisei me meter em cheio nos trabalhos, e de onde resultou um envolvimento com muitos teólogos da América Latina que continua até hoje, com reuniões periódicas em diversos pontos do continente. E o outro acontecimento, em 1997, em Roma, com o Sínodo da América, onde também o meu trabalho foi intenso, do qual resultou minha eleição para fazer parte da Comissão Permanente do Sínodo da América, o que me implicou diversas viagens a Roma, sendo três delas só em 1998.
Outra iniciativa que acabou me envolvendo de maneira especial, nesses oito anos, foram as “Semanas Sociais Brasileiras”, que desencadearam um processo crescente de participação, me exigindo uma presença e uma atenção especial em muitos encontros, em diversos pontos do país.
O trabalho normal na CNBB me exigiu, no mínimo, uma semana cada mês em Brasília. As viagens eram sempre apressadas, pois precisava, primeiro, dar conta dos compromissos aqui na Diocese. A distância entre Jales e Brasília é de 882 quilômetros, que pude medir tantas vezes.  Para não pesar para a CNBB, ia de ônibus, depois de viajar de carro até Rio Preto. Mas a maioria das vezes não tinha tempo de esperar o ônibus, que demorava com suas voltas nas rodoviárias. Por isto, me acostumei a ir de carro até Brasília, guiando sozinho, enfrentando a estrada, em qualquer hora do dia ou da noite, dependendo dos compromissos que precisava concluir antes de viajar. Para minhas viagens, usava uma Parati. Ela aguentou muito bem: nos oito anos usei o mesmo carro, que chegou a 420 mil quilômetros sem mexer no motor!
Além disto, durante os oito anos, me pediram para fazer parte também do CELAM, o Conselho Episcopal Latino Americano, que tem sua sede em Bogotá. De modo que precisava participar, também, de diversas reuniões na Colômbia.
Foi assim o ritmo desses anos. Com muitas preocupações, muitas reuniões, muitas viagens, além do trabalho na Diocese. Não deixei, por exemplo, um dia sequer de fazer o meu programa diário na rádio, gravando com antecedência quando precisa viajar.
No Brasil, os compromissos me levaram a visitar, também, quase todos os Estados do Brasil.     
 Próximo seguimento: Andanças pelo mundo

domingo, 2 de novembro de 2014

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É A NOSSA RESSURREIÇÃO... 

COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS


Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: “Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança” ( 1 Tes 4, 13).
Sendo assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.
O convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade da “comunhão dos santos”, onde pela solidariedade espiritual dos que estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são oferecidas preces, sacrificios e Missas pelas almas do Purgatório. No Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny, Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.
A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois “santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado” (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que “a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (Catecismo da Igreja Católica).
Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, “o Céu não tem portas” (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial ‘ante-sala’.
“Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!”
A VIDA PRA QUEM ACREDITA...♫♫

OREMOS:
Ó Deus, escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé no Cristo ressuscitado, para que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 

(Partes da Celebração de Exéquias)
- Pedro disse aos fiéis no dia da vinda do Espirito Santo: “Jesus Cristo morreu, mas ressuscitou e foi levado a direita de Deus” (At 2,22). E São Paulo escreve: “Cristo morreu, foi sepultado, mas ressuscitou.” (1 Cor 15,3).

                                 Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente.

Jesus venceu a morte, Jesus venceu o mal. A morte e o mal não tem mais poder sobre o mundo. A morte não é mais a última palavra. Quem tem a última palavra é Deus que com a ressurreição de Jesus Cristo, mudou o destino do mundo.

Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente.

Agora não estamos mais sozinhos. Jesus Cristo está sempre junto daqueles que creem nele. Jesus ressuscitado está presente em toda a parte.

 Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente.

- Nossa vida nesta terra é uma caminhada. Estamos caminhando ao encontro de Deus. No final desta caminhada a nossa vida será transformada. Somos arrancados de nossa casa e de nossos amigos. Passamos pela morte. Mas morte não é definitivamente.

Quem crê em Mim ainda que esteja morto, viverá.

Jesus Cristo é o Senhor da morte. Assim como ressuscitou Lázaro, ressuscitará a nós também, se crermos Nele.

Quem crê em Mim ainda que esteja morto, viverá.

Por causa da nossa fé em Cristo, depois da nossa morte, uma vida que dura para sempre nos aguarda!

Quem crê em Mim ainda que esteja morto, viverá.

Jesus Cristo ressuscitado nos garante esta vida plena e eterna. Se nós morrermos com ele, com ele também ressuscitaremos. Ele é o primeiro na morte e o primeiro na VIDA.

Quem crê em Mim ainda que esteja morto, viverá.



Santos de Deus, vinde em seu auxilio. Anjos do Senhor recebei-o na glória eterna. Cristo nosso Senhor, acolhei-o no paraíso para o descanso eterno.



SE AS ÁGUAS DO MAR DA VIDA...♫♫


"ALEGRAI-VOS E EXULTAI, PORQUE SERÁ GRANDE A VOSSA RECOMPENSA NOS CÉUS..." (Mt 5, 12a)



“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3).
Amados irmãos e irmãos no Senhor, nós hoje celebramos com muita alegria a Festa de Todos os Santos. Quando nos referimos a todos os santos estamos nos incluindo, porque, na verdade, este deve ser o anseio do nosso coração: a santidade de vida.
Buscar a santidade de vida significa conseguir o passaporte, mais ainda: conseguir o visto, a autorização, o ingresso para a entrada nos céus. Somente ao vivermos a santidade e a integridade de vida é que vamos garantir o nosso lugar, que está preparado para nós! Como disse Jesus: 
Na casa de meu Pai há muitas moradas ” (João 14,2).
Nós hoje queremos nos lembrar de todos os homens e mulheres que viveram uma vida bem-aventurada, que lutaram pela justiça, viveram uma vida justa na Terra e, hoje, estão povoando o céu, estão ao lado de Deus.
Nós costumamos nos referir aos santos que já foram canonizados, como por exemplo, São Francisco, Santo Antônio, Santa Clara e tantos outros. No entanto, a Igreja e a Palavra de Deus nos ensinam que todo aquele que viveu a vida em Deus viverá para sempre com o Senhor no céu! De modo que os santos, que já são canonizados, são nossos intercessores, modelos de vida, referenciais, por isso a Igreja no-los dá como modelos e como exemplos de vida. Não que os outros não o sejam. Que vida santa tiveram meu avô e minha querida avó! Não serão canonizados, mas eu sei o tamanho da santidade que viveram.
Tenho certeza de que você conheceu muitos santos onde você está, pessoas que realmente viveram uma vida em Deus e agora habitam para sempre com Ele no céu. Então, é a eles que nós estamos celebrando hoje, todos os santos!
Celebrando todos os santos, celebramos também aquele que é o Autor de toda a santidade: Deus, Nosso Pai, todo Santo. A santidade de Deus deve resplandecer nos filhos d’Ele, por isso hoje proclamamos as bem-aventuranças, em cujo trecho bíblico lemos que são felizes os pobres, os aflitos, os mansos, os que têm fome e sede de justiça; os misericordiosos, os puros de coração, os pacíficos e todos aqueles que são perseguidos e injuriados por causa do Reino dos Céus (cf. Mateus 5,3-10).
Na verdade, essas são coisas (cf. Mateus 5,3-10) que o mundo não valoriza, são os ingredientes, ou melhor, os adjetivos daqueles que vivem a santidade. Ser bem-aventurado quer dizer ser feliz! Não há felicidade mais plena do que – por mais dura que seja a vida aqui  – viver a vontade de Deus em nossa vida! A vontade que o Senhor tem para todos nós é que sejamos santos, é que busquemos viver em nossa vida as bem-aventuranças evangélicas, que deixemos resplandecer as virtudes do Seu amor presente em nós.
Que todos os santos e santas de Deus roguem por nós! O Senhor deseja que todos nós sejamos santos, que busquemos viver as bem-aventuranças evangélicas e que nossas virtudes reflitam o amor d’Ele.

PEÇAMOS AOS SANTOS E SANTAS DE DEUS SUA INTERCESSÃO JUNTO AO PAI...



OREMOS: 

Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.