quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

DEDICADO A ALGUNS SEMINÁRIOS, SEMINARISTAS, FORMADORES, ETC...


Em alguns Seminários e entre alguns seminaristas infelizmente, vive-se já o velho princípio clerical da crítica e do falar mal dos outros. É um vicio arraigado em alguns ambientes eclesiásticos: fala-se mal do Papa, da Curia romana, do próprio bispo, ou então de outros bispos, dos irmãos de presbitério, ou de outros padres, do Seminário onde se está ou de outros Seminários, e por aí vamos. Nada escapa às abalizadas opiniões de determinados doutores em... maledicências e fofocas. 

Opina-se, critica-se, condena-se, injuria-se, ofende-se, mente-se, e tantas outras coisas. Especialmente busca-se o contraste: nosso Seminário é assim (o templo da perfeição) mas onde já se viu o deles, que é assado (o templo da perdição). Usam batina! Tem Missa todos os dias! Rezam o terço! O bispo usa "vestes suntuosas". O nosso bispo não... é " simples" (será que é considerado "simples" pelo fato de usar "vestes untuosas" e báculo de bambu?). Uma Diocese tradicionalista aquela... a nossa não! (Pontificam sobre o que não sabem e não entendem... Confundem Tradição com tradicionalismo. Alhos com bugalhos). 

Pobres seminaristas e pobres padres do futuro. Viverão disso: de fofocas, de intrigas, de julgamentos sem fundamentos, viverão semeando a maldita inveja clerical. Terão um único alimento para sustento de um ministério sem horizontes e sem perspectivas: a maledicência. Falar mal e criticar aqueles que são diferentes. O discurso do respeito pelo outro, pelo diferente é e será sempre isso: um discurso, uma teoria defendida com unhas e dentes, mas longe, muito longe de de ser aplicada como princípio prático de vida. Um Evangelho estranho este: a boa nova da fofoca, o Evangelho da imobilidade: o anti-Evangelho (o autêntico Evangelho fundamenta-se na Encarnação, ou seja em um Deus que "sai", que vai ao encontro da humanidade). 

O que sinto? Azedume por causa das críticas e maledicências daqueles que pontificam na "nobre" arte de falar mal e fofocar? Não, de forma alguma. Só mesmo pena e tristeza. Poderíamos nós aqui crescer na melhor compreensão daqueles que são diferentes, que cultivam também boas iniciativas formativas, etc. Mas o muro do preconceito fundado no desconhecimento do outro, não pode ser derrubado só de um lado... Pena. Nós também nos empobrecemos por isso.

Por: Dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo diocesano de Frederico Westphalen


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