terça-feira, 18 de novembro de 2014

ARTIGOS DO BISPO DIOCESANO DE JALES 



OITO ANOS DE CNBB: 
SEM TEMPO DE VER O TEMPO PASSAR...

Os meus compromissos de bispo aumentaram muito em 1991, quando fui eleito para a CNBB, como membro da Comissão Episcopal de Pastoral, por quatro anos. Em 1995 fui reeleito, de modo que fiquei neste cargo oito anos, até abril de 1999.  Na CNBB tive que assumir o cargo mais complicado e mais difícil, como responsável pela Pastoral Social. Tive que acompanhar, na medida do possível, dez Pastorais Sociais que têm atuação em nível nacional. Além das Pastorais Sociais, nos oito anos, tive que assumir a Presidência da Cáritas Brasileira, o que também empenhou muito trabalho e sobretudo muitas reuniões e viagens, dentro e fora do Brasil.
Mas, nestes oito anos, foram chegando outros compromissos. Sobretudo por dois acontecimentos, dos quais tive que participar, e que acabaram me envolvendo muito: em 1992, a Conferência de Santo Domingo, onde precisei me meter em cheio nos trabalhos, e de onde resultou um envolvimento com muitos teólogos da América Latina que continua até hoje, com reuniões periódicas em diversos pontos do continente. E o outro acontecimento, em 1997, em Roma, com o Sínodo da América, onde também o meu trabalho foi intenso, do qual resultou minha eleição para fazer parte da Comissão Permanente do Sínodo da América, o que me implicou diversas viagens a Roma, sendo três delas só em 1998.
Outra iniciativa que acabou me envolvendo de maneira especial, nesses oito anos, foram as “Semanas Sociais Brasileiras”, que desencadearam um processo crescente de participação, me exigindo uma presença e uma atenção especial em muitos encontros, em diversos pontos do país.
O trabalho normal na CNBB me exigiu, no mínimo, uma semana cada mês em Brasília. As viagens eram sempre apressadas, pois precisava, primeiro, dar conta dos compromissos aqui na Diocese. A distância entre Jales e Brasília é de 882 quilômetros, que pude medir tantas vezes.  Para não pesar para a CNBB, ia de ônibus, depois de viajar de carro até Rio Preto. Mas a maioria das vezes não tinha tempo de esperar o ônibus, que demorava com suas voltas nas rodoviárias. Por isto, me acostumei a ir de carro até Brasília, guiando sozinho, enfrentando a estrada, em qualquer hora do dia ou da noite, dependendo dos compromissos que precisava concluir antes de viajar. Para minhas viagens, usava uma Parati. Ela aguentou muito bem: nos oito anos usei o mesmo carro, que chegou a 420 mil quilômetros sem mexer no motor!
Além disto, durante os oito anos, me pediram para fazer parte também do CELAM, o Conselho Episcopal Latino Americano, que tem sua sede em Bogotá. De modo que precisava participar, também, de diversas reuniões na Colômbia.
Foi assim o ritmo desses anos. Com muitas preocupações, muitas reuniões, muitas viagens, além do trabalho na Diocese. Não deixei, por exemplo, um dia sequer de fazer o meu programa diário na rádio, gravando com antecedência quando precisa viajar.
No Brasil, os compromissos me levaram a visitar, também, quase todos os Estados do Brasil.     
 Próximo seguimento: Andanças pelo mundo

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